Especialista em pulmões promove conversas sobre inaladores amigos do clima

Da redação

No Brigham and Women’s Hospital, o Dr. Miguel Divo, especialista em pulmões, está liderando uma iniciativa para conscientizar seus pacientes sobre uma questão que vai além da saúde individual: o impacto dos inaladores no meio ambiente. Sentado em uma sala de exame, ele apresenta aos pacientes uma opção surpreendente - e mais ecológica.

Os tradicionais inaladores, em formato de bota, amplamente utilizados nos EUA, salvam vidas ao fornecer medicamentos para asma e doenças pulmonares. No entanto, cada sopro desses inaladores libera gases hidrofluorocarbonetos, contribuindo para o aquecimento global.

"Isso nunca me ocorreu", admite Joel Rubinstein, um paciente aposentado, surpreso com a informação sobre o impacto ambiental dos inaladores convencionais.

Assim, o Dr. Divo começou a oferecer uma alternativa mais ecológica: inaladores de pó seco, que não emitem gases. Embora muitos de seus pacientes hesitem devido ao custo mais elevado, alguns estão fazendo a troca.

Para Rubinstein, o novo inalador foi uma adaptação, mas agora sua asma está sob controle. Na verdade, estudos mostram que países como o Reino Unido e a Suécia, onde os inaladores de pó seco são amplamente utilizados, apresentam melhores índices de controle da asma e taxas mais baixas de doenças respiratórias graves.

No entanto, a transição não é fácil para todos. Além do custo, alguns pacientes se preocupam com a eficácia do pó seco e com o sabor diferente. Mas para muitos, a preocupação com o meio ambiente e com sua própria saúde pulmonar está mudando a equação.

O Dr. Divo e outros especialistas em pulmões estão promovendo essas conversas sobre inaladores mais sustentáveis nos EUA, conscientes de que, além dos benefícios individuais, essa mudança pode ter um impacto positivo significativo no meio ambiente.

Enquanto isso, mudanças estão em andamento para tornar os inaladores tradicionais mais ecológicos. No entanto, especialistas alertam para possíveis aumentos de preço, semelhantes aos observados após a eliminação dos clorofluorocarbonetos (CFCs) nos anos 2000.

A mudança para inaladores mais amigos do clima pode parecer um pequeno passo, mas para hospitais e pacientes preocupados com a saúde do planeta, é um passo importante em direção a um futuro mais sustentável.

(fonte: Martha Bebinger/ https://www.wbur.org/news/2024/03/14/asthma-inhaler-climate-change-environment / Foto: Jesse Costa/WBUR)