Dezoito estudantes são presos em protestos pró-Palestina na Califórnia

Da redação

Dezoito estudantes da Pomona College, localizada em Claremont, Califórnia, foram presos na última sexta-feira durante um protesto que visava expressar solidariedade com o povo palestino. Segundo o departamento de polícia de Claremont, os estudantes foram acusados de invasão, enquanto um outro foi detido por obstrução da justiça.

O protesto ocorreu em resposta à remoção de obras de arte pró-Palestina no campus da faculdade. Os manifestantes, organizados pelo grupo Pomona Divest Apartheid, criticaram a resposta policial considerada excessiva, com policiais equipados com equipamento anti-distúrbios vindos de diversas localidades, incluindo Claremont, Pomona, Azusa e La Verne.

Os estudantes entraram no Alexander Hall, um edifício no campus, em protesto contra o que chamaram de "muro do apartheid", referindo-se à remoção das obras de arte que estavam em exibição desde 28 de março.

Uma das estudantes detidas, Diana Truong, ao falar à CBS News após passar uma noite na prisão, afirmou: "Acreditávamos que estávamos fazendo o que era certo, em termos de defender e apoiar uns aos outros."

O governo estudantil da Pomona College tomou uma decisão significativa em fevereiro de 2024 ao votar para desinvestir todos os investimentos relacionados ao apartheid israelense. Essa medida foi contestada pela presidente da instituição, Gabrielle Starr. Mais de 75% dos estudantes votaram a favor de cinco propostas de desinvestimento, incluindo a cessação de todo apoio acadêmico ao estado de Israel e o desinvestimento de todas as empresas e fabricantes de armas ligados a Israel.

Em resposta ao protesto, Starr emitiu uma carta na sexta-feira anunciando que os participantes, se identificados como estudantes da Pomona, estariam sujeitos a suspensão imediata. Além disso, estudantes de outras faculdades de Claremont seriam proibidos de entrar no campus da Pomona e enfrentariam disciplina em seus próprios campi. Indivíduos externos à comunidade dos Claremont Colleges foram proibidos de entrar no campus.

Essas prisões destacam a crescente tensão em campi universitários em relação ao conflito em Gaza. Enquanto isso, na Universidade Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, três estudantes foram expulsos, um suspenso e 20 estão em probação devido a um protesto realizado em 27 de março em solidariedade à Palestina. Os estudantes contestam a ação disciplinar da instituição.