Vítima de casamento forçado transforma sua dor em luta por justiça e muda lei do casamento na florida

Sherry Johnson, aos 11 anos, teve sua infância roubada quando foi forçada a se casar com seu próprio estuprador, Alfonsa Tolbert. Sessenta e dois anos depois, ela emergiu como uma força de mudança, influenciando uma revisão vital na legislação do casamento na Flórida.

A trajetória de Sherry é marcada por dor e resistência. Aos 9 anos, ela foi vítima de abuso sexual pelo diácono da igreja frequentada por sua família. Aos 10, engravidou, mas a revelação de seu trauma encontrou resistência até de sua própria mãe. Alfonsa só reconheceu a gravidez quando ela estava com sete meses.

Pressionada pela comunidade religiosa, a mãe de Sherry consentiu com o casamento, e um juiz sancionou a união, ignorando totalmente o abuso que ela sofrera. Assim, sua infância e educação foram sacrificadas no altar do prestígio da igreja.

Sherry suportou o casamento forçado até os 17 anos, quando finalmente encontrou apoio legal para buscar o divórcio. Ao longo dos anos, teve seis filhos com seu agressor.

Determinada a evitar que outras crianças enfrentassem a mesma tragédia, Sherry embarcou em uma incansável jornada para mudar a legislação sobre casamento. Seu esforço encontrou frutos em 2018, quando o Senado da Flórida aprovou uma emenda à lei do casamento, graças à sua determinação.

Para Sherry, essa conquista não se trata apenas de sua própria sobrevivência, mas de proteger as crianças vulneráveis. A nova legislação estabelece limites claros, exigindo o consentimento dos pais para casamentos de jovens de 16 e 17 anos e proibindo totalmente o casamento de menores quando uma gravidez está envolvida.

Uma análise legislativa destacou a urgência dessa mudança, com centenas de casamentos envolvendo menores ocorrendo na Flórida nos últimos anos, incluindo casos preocupantes, como o de uma menina de 13 anos se casando com um homem de mais de 90.

Sherry Johnson personifica a força da resistência individual em face da injustiça. Sua história nos lembra que é preciso coragem para enfrentar o passado e moldar um futuro mais justo para todos.

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