Publicado em 28/07/2024 as 12:30pm
Escassez de policias em São Francisco (CA) faz com que oficiais trabalhem horas extras excessivas, segundo relatório
Da redação A crise de pessoal na polícia de São Francisco, Califórnia, levou a um aumento...
Da redação
A crise de pessoal na polícia de São Francisco, Califórnia, levou a um aumento drástico nas horas extras dos oficiais, revela um relatório recente do San Francisco Chronicle. A escassez de novas contratações e uma queda no efetivo têm forçado os policiais a trabalharem além do seu horário regular, gerando um aumento significativo nos pagamentos de horas extras.
Nos últimos três anos, os pagamentos por horas extras dispararam, apesar de uma lei municipal que limita o total de horas extras a 520 por ano para funcionários municipais, a menos que uma ‘falta crítica de pessoal’ permita uma isenção. Neste caso, o diretor de recursos humanos da cidade pode elevar o teto de horas extras para certos departamentos. Atualmente, a polícia de São Francisco vê seu teto de horas extras aumentar regularmente, atingindo agora 2.000 horas, com exceções permitidas em circunstâncias específicas.
A situação se agravou a tal ponto que um sargento da polícia ganhou mais de $400.000 em horas extras, o maior valor já registrado para um funcionário da cidade desde 2013. O número de policiais que ganham mais de $100.000 em horas extras mais que triplicou de 131 no ano fiscal de julho de 2021 a junho de 2022 para 493 no ano fiscal de julho de 2023 a junho de 2024. Essa carga adicional de trabalho está associada a uma piora no desempenho dos oficiais, de acordo com pesquisas mencionadas pelo Chronicle.
Tracy McCray, presidente da Associação de Oficiais de Polícia de São Francisco, expressou preocupação com a situação. Em uma declaração contundente, McCray descreveu o aumento das horas extras como um “mal necessário e insustentável” que precisa ser abordado imediatamente. “A menos que queiram ver um corte catastrófico nos serviços policiais, a cidade deve resolver a crise de pessoal ou administrar o departamento com horas extras”, alertou. Ela destacou que muitos oficiais preferem ter seus dias de folga e férias programadas para passar com suas famílias, em vez de trabalhar inúmeras horas extras.
A cidade, que não comentou sobre o relatório, está tentando enfrentar a crise de pessoal com a recente aprovação da Medida B pelo Conselho de Supervisores. Esta medida exige um nível mínimo de pessoal financiado por meio de um novo imposto ou modificação de impostos existentes. Em fevereiro, o Chronicle criticou a medida como “absurdamente complicada” e ressaltou a necessidade urgente de mais policiais.
A crise tem raízes em decisões anteriores, incluindo cortes significativos no financiamento da polícia em 2020, quando a prefeita democrata London Breed redirecionou $120 milhões do orçamento policial para outras iniciativas da cidade. Desde então, embora o financiamento para a polícia tenha aumentado, o departamento ainda está com quase 600 oficiais a menos e só conta com 75% do efetivo necessário para atender às demandas de trabalho, conforme anunciado pela cidade em abril de 2023.
O aumento nas horas extras é um reflexo da pressão contínua sobre a força policial de São Francisco, que luta para equilibrar a carga de trabalho e garantir a segurança da comunidade em meio a um efetivo reduzido. A questão central permanece: a cidade conseguirá resolver a crise de pessoal antes que as consequências se tornem ainda mais severas?