Senador Padilla pede investigação do DOJ sobre operações no Texas contra organizador de “Direitos de Voto Latino”

Da redação

Em um movimento ousado refletindo crescentes preocupações sobre a integridade eleitoral e a supressão do voto, o senador dos EUA Alex Padilla (D-Calif.) pediu uma investigação ao Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) sobre recentes operações conduzidas pelo Procurador-Geral do Texas, Ken Paxton. Essas operações visaram vários organizadores de direitos de voto latinos, oficiais e candidatos, levantando alarmes sobre possíveis violações dos direitos civis e intimidação política.

As operações controversas, realizadas pela unidade de integridade eleitoral de Paxton, foram direcionadas a voluntários de direitos de voto latinos, um oficial eleito latino e um candidato latino para o cargo de estado. Entre os afetados estão Lydia Martinez, uma membro de 87 anos da Liga dos Cidadãos Latino-Americanos (LULAC), que teria sido interrogada por horas; Cecilia Castellano, candidata à Assembleia do Texas; e Mary Ann Obregón, prefeita de Dilley, Texas.

O escritório do Procurador-Geral Paxton justificou essas ações citando uma investigação de dois anos, iniciada após uma denúncia de um promotor local, que alegava “fraude eleitoral e coleta de votos” durante as eleições de 2022. No entanto, pesquisas extensivas têm mostrado consistentemente que a fraude eleitoral é extremamente rara nos Estados Unidos, e críticos argumentam que as operações atuais parecem ser parte de uma tendência mais ampla de usar o poder do governo para intimidar eleitores de cor.

O senador Padilla, junto com os senadores Catherine Cortez Masto (D-Nev.), Mazie Hirono (D-Hawaii) e Ben Ray Luján (D-N.M.), expressou preocupações profundas sobre o momento e o alvo dessas operações. Em uma carta dirigida à Divisão de Direitos Civis do DOJ, os senadores argumentaram que as operações são uma tentativa de suprimir os direitos de voto das minorias, especialmente com uma eleição federal se aproximando nos próximos meses.

A carta dos senadores enfatizou que as operações parecem ser um esforço para silenciar a participação política das comunidades latinas, criando um clima de medo. “A decisão de visar apenas candidatos e organizadores de direitos de voto latinos, incluindo voluntários idosos dedicados a ajudar sua comunidade a exercer seus direitos, demonstra que esta é apenas a mais recente tentativa de assustar as comunidades minoritárias para que não usem sua voz política”, afirma a carta.

Com a votação antecipada em alguns estados prevista para começar no próximo mês e a eleição geral se aproximando, os senadores expressaram preocupação de que as operações amplamente divulgadas—baseadas em alegações infundadas de fraude eleitoral—poderiam exacerbar as tensões partidárias e ameaçar a integridade do processo eleitoral.

O senador Padilla, que já introduziu legislação para combater a desinformação eleitoral e melhorar o registro de eleitores, é um defensor firme da justiça eleitoral e da acessibilidade. Seu pedido de uma investigação ao DOJ sublinha a importância de proteger os direitos dos eleitores e garantir um processo eleitoral justo.

À medida que a nação se prepara para um ciclo eleitoral crucial, o escrutínio em torno dessas operações destaca o debate contínuo sobre os direitos dos eleitores e a integridade das práticas eleitorais nos Estados Unidos.