Ex-médico do Arizona se declara culpado por homicídio culposo relacionado ao suicídio de mulher em NY

Da redação

Stephen Miller, um ex-médico de 85 anos do Arizona, se declarou culpado nesta terça-feira (03) de homicídio culposo por seu envolvimento no suicídio de uma mulher em um motel no interior do estado de Nova York.

Miller foi inicialmente acusado de homicídio culposo em segundo grau no início deste ano, sob uma lei de Nova York que permite a acusação por causar intencionalmente ou auxiliar o suicídio de outra pessoa. Conforme o acordo de confissão, ele foi condenado a cinco anos de liberdade condicional.

A mulher foi encontrada morta em 9 de novembro do ano passado, por funcionários de limpeza em um motel na cidade de Kingston, cerca de 130 quilômetros ao norte da cidade de Nova York. De acordo com o escritório do procurador do condado de Ulster, as autoridades locais concluíram que a mulher havia morrido "por meio de suicídio assistido."

Miller, que viajou do Arizona para estar com a mulher no momento de sua morte, respondeu às perguntas do juiz em voz baixa durante a audiência e optou por não fazer nenhuma declaração em tribunal. Ele também não se pronunciou à imprensa após a sessão.

O advogado de Miller, Jeffrey Lichtman, afirmou que seu cliente apenas ofereceu conforto e aconselhamento à mulher, que sofria de dores debilitantes e não conseguia mais viver com seu sofrimento. Segundo Lichtman, Miller era membro do grupo de defesa Choice and Dignity, que milita pela escolha e dignidade no fim da vida.

"Tecnicamente, ele violou a lei", disse Lichtman aos repórteres após a audiência. "Aceitamos isso, mas com a compreensão de que, moralmente, Stephen Miller não fez nada de errado."

Miller também enfrentava duas acusações de agressão, às quais se declarou inocente em fevereiro antes de pagar fiança e retornar ao Arizona. Lichtman explicou que seu cliente havia consultado a mulher durante meses, sendo cauteloso para não infringir nenhuma lei.

A trajetória de Miller já havia sido marcada por controvérsias. Em 2006, ele perdeu sua licença para exercer a medicina após ser condenado por fraude fiscal no Texas, onde cumpriu quase quatro anos de prisão.

Embora vários estados norte-americanos permitam a prática de auxílio médico para morrer, os esforços para legalizar a prática em Nova York têm encontrado obstáculos na legislatura estadual.

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