Prefeito de Framingham (MA) propõe aumento significativo na conta de água para inquilinos

Da redação

Em uma medida que pode impactar significativamente os locatários da cidade de Framingham (Massachusetts), o Prefeito Charlie Sisitsky propôs uma mudança controversa nas práticas de cobrança de água, que poderia resultar em um aumento de até duas vezes mais para os apartamentos em comparação com as casas. A proposta surge após um longo fiasco de oito meses sobre a cobrança de água, que tem gerado preocupações entre os residentes da cidade.

Durante uma atualização à Câmara Municipal em 20 de agosto de 2024, o prefeito indicou uma forte inclinação para aplicar tarifas de alto volume de água aos edifícios de apartamentos, uma estratégia que lembra as recentes práticas de cobrança controversas no condomínio Windsor Green. Anteriormente, os proprietários do Windsor Green enfrentaram contas de água exorbitantes quando a cidade optou por desconsiderar o fator de Multi-Unit Dwelling (MUD), tratando o complexo como um único usuário. Essa mudança resultou em um aumento dramático nos custos de água, de cerca de $1.000 anuais para mais de $2.300 por unidade.

Após a reação negativa, o Prefeito reconheceu o erro, prometeu aplicar o fator MUD e anunciou um reembolso de $300.000 aos residentes do Windsor Green.

O fator MUD é um ajuste de cobrança normalmente usado para edifícios residenciais de múltiplas unidades, permitindo uma cobrança de água mais equitativa. No entanto, o plano atual do Prefeito parece sugerir a remoção desse fator dos edifícios de apartamentos, o que poderia afetar desproporcionalmente os locatários. Com aproximadamente 45% dos lares em Framingham sendo unidades alugadas, muitos inquilinos podem ver seus custos de água dispararem quando os contratos de aluguel forem renovados.

A mudança proposta ocorre em meio a uma crescente pressão sobre o orçamento da cidade. O backlog de manutenção do sistema de água e esgoto ultrapassa $300 milhões, com sinais precoces de possíveis falhas no sistema. O plano inicial do Prefeito de $75 milhões em despesas de capital para o FY25 foi reduzido para $22 milhões para evitar conflitos sobre aumentos de impostos sobre propriedades, deixando uma lacuna financeira substancial para reparos necessários.

Para mitigar essa lacuna financeira, o Prefeito parece estar direcionando os inquilinos como uma fonte de receita. A estratégia envolve transferir o ônus financeiro dos proprietários, que são tradicionalmente mais ativos politicamente e influentes, para os locatários, que são menos propensos a votar ou protestar. Essa medida está inserida em um histórico de tentativas da cidade de aumentar os custos de água para os inquilinos, remontando a uma proposta de 2007 pelo ex-membro do Conselho de Seleção, Charlie Sisitsky.

O impacto da remoção do fator MUD pode ser severo. Por exemplo, em edifícios com consumo significativo de água, o aumento poderia adicionar de $600 a $1.300 anualmente ao aluguel de cada inquilino, dependendo do número de unidades por medidor de água. Essa mudança poderia gerar até $3,48 milhões anuais, contribuindo para os reparos do sistema de água, mas a um custo significativo para os locatários.

À medida que Framingham se prepara para uma eleição crucial na cidade em novembro de 2025, as mudanças propostas na cobrança podem se tornar uma questão central. Críticos argumentam que a proposta visa injustamente os inquilinos, que geralmente são menos financeiramente seguros do que os proprietários e poderiam enfrentar um estresse econômico significativo devido ao aumento nas contas de água.

A questão agora é se o Prefeito e o Conselho Municipal seguirão adiante com o plano de remover o fator MUD ou reconsiderarão sua abordagem para garantir que o ônus financeiro de enfrentar a crise do sistema de água seja distribuído de forma mais equitativa. Com os locatários constituindo uma parte substancial da população da cidade, a decisão pode ter implicações de longo alcance para o panorama social e político de Framingham.