Publicado em 1/10/2024 as 8:00am
Greve de estivadores na Costa Leste dos EUA ameaça cadeia de suprimentos e aumento de preços
Da redação Na terça-feira, 1º de outubro, quase 50 mil membros da Associação...
Da redação
Na terça-feira, 1º de outubro, quase 50 mil membros da Associação Internacional de Estivadores (ILA) iniciaram uma greve que pode se tornar uma das mais significativas do país nas últimas décadas. A paralisação afeta os portos da Costa Leste e da Costa do Golfo dos EUA, interrompendo o fluxo de importações e exportações cruciais.
A greve, que começou à meia-noite, afeta todos os portos de carga, desde Maine até Texas, impactando a movimentação de uma vasta gama de produtos, como alimentos perecíveis, eletrônicos, móveis, roupas e automóveis. A interrupção pode resultar em escassez de bens de consumo e aumento de preços, complicando ainda mais a recuperação econômica do país, que já lutava para se reerguer das perturbações na cadeia de suprimentos provocadas pela pandemia.
O presidente da ILA, Harold Daggett, criticou a postura da United States Maritime Alliance (USMX), que representa as principais linhas de navegação e operadores portuários. “A USMX decidiu manter-se firme com transportadoras que lucram bilhões, sem compensar os estivadores americanos que tornam isso possível”, declarou Daggett, enfatizando que o sindicato está preparado para continuar a greve até que suas demandas sejam atendidas.
Embora a USMX tenha aumentado sua oferta de aumentos salariais, a proposta foi rejeitada pela ILA, que busca aumentos de até 77% nos salários ao longo do novo contrato. Além disso, há preocupações sobre o impacto da automação nos empregos dos estivadores, o que também gera tensão nas negociações.
Os portos afetados incluem o Porto de Nova York e Nova Jersey, o terceiro maior do país, além de outros como o Porto Wilmington, considerado o principal porto de bananas dos EUA. O fluxo de produtos perecíveis, como frutas e vegetais, está entre os mais impactados, e os consumidores podem enfrentar dificuldades em encontrar esses itens nas prateleiras em breve.
Em resposta à greve, mais de 200 grupos empresariais enviaram uma carta à Casa Branca pedindo intervenção do governo para evitar a paralisação, destacando a dependência da economia americana dos portos em questão. Apesar das solicitações, o presidente Joe Biden afirmou que não pretende usar os poderes do Taft-Hartley Act, que permitiria ao governo obrigar os trabalhadores a retornarem ao trabalho, reforçando a importância da negociação coletiva.
A Casa Branca monitora a situação de perto e instou ambas as partes a se reunirem e negociarem de boa fé. No entanto, a perspectiva de uma resolução rápida parece distante, enquanto as repercussões da greve começam a se espalhar pela economia americana. Os empresários e consumidores aguardam ansiosos, temendo as consequências de uma paralisação prolongada em um momento crítico para a recuperação econômica do país.