Publicado em 1/10/2024 as 12:00pm
Na Pensilvânia, Donald Trump sugere "polícia violenta" para travar roubos
Da redação No último domingo, durante um comício de campanha na Pensilvânia, o candidato...
Da redação
No último domingo, durante um comício de campanha na Pensilvânia, o candidato republicano à presidência, Donald Trump, gerou polêmica ao sugerir que a polícia deveria ser "extraordinariamente dura" em um dia específico para conter o aumento de roubos. As declarações, que evocaram críticas e comparações inquietantes, levantaram questões sobre a abordagem do ex-presidente em relação à aplicação da lei.
Trump começou sua fala criticando uma proposta que reclassificou certos tipos de furtos de crimes para contraordenações, afirmando que essa mudança havia contribuído para um aumento nas taxas de criminalidade. "Se tivéssemos um dia mesmo violento...", disse Trump, antes de alterar a ênfase para "uma hora dura". Ele sugeriu que uma abordagem rígida da polícia, mesmo que temporária, teria um impacto imediato na redução da criminalidade.
As estatísticas do FBI, no entanto, contradizem a afirmação de Trump, mostrando que os índices de crimes menores têm diminuído. A crítica à eficácia policial é uma constante nos discursos de Trump, que frequentemente argumenta que a polícia está limitada por pressões políticas. Contudo, esta é a primeira vez que ele defende de forma tão explícita o uso de força policial.
Em resposta às críticas, a equipe de comunicação de Trump tentou minimizar a gravidade das declarações, afirmando que ele sempre defendeu a lei e a ordem. Steven Cheung, diretor de comunicação da campanha, destacou que Trump estava “claramente a fazer uma proposta na brincadeira” e criticou a vice-presidente Kamala Harris por, segundo ele, criar anarquia em certas comunidades durante seu tempo como Procuradora-Geral da Califórnia.
A reação a suas palavras não se limitou à oposição. O Lincoln Project, um grupo formado por republicanos contrários a Trump, comparou suas sugestões à premissa do filme de terror "A Purga", onde um dia de impunidade é permitido. A organização tuitou: "Ele está apenas descrevendo a premissa de A Purga", evidenciando a preocupação com a normalização da violência.
As declarações de Trump reacendem o debate sobre a relação entre a política de segurança pública e os direitos civis, enquanto o ex-presidente continua a posicionar-se como um defensor da ordem, mesmo diante de um crescente clamor por uma reforma nas práticas policiais. À medida que a campanha avança, as implicações de suas propostas e a reação do eleitorado se tornam cada vez mais cruciais.