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Publicado em 29/10/2024 as 8:00am

Declarações de Trump em comício em NY geram revolta pública

Da redação Em um comício polêmico realizado no Madison Square Garden, em Nova York, o...

Da redação

Em um comício polêmico realizado no Madison Square Garden, em Nova York, o ex-presidente Donald Trump acusou a vice-presidente Kamala Harris de "importar" imigrantes de prisões e instituições mentais estrangeiras para os Estados Unidos. O evento, que reuniu milhares de apoiadores neste domingo, também atraiu protestos do lado de fora do local.

Trump acusou Harris de orquestrar o que chamou de "a traição mais grave da história americana", alegando que ela teria permitido um aumento da violência de gangues migrantes no país. Entre suas declarações, repetiu alegações falsas de que gangues venezuelanas teriam assumido o controle de complexos de apartamentos em Aurora, no Colorado. Autoridades locais, entretanto, já haviam desmentido essas alegações, afirmando que não há evidências de que ocorrências de violência generalizada envolvendo imigrantes tivessem sido registradas na região.

Ao longo do discurso, Trump afirmou que migrantes da Venezuela, do Congo e de outros países teriam sido liberados de prisões e enviados aos Estados Unidos, aumentando a violência e o crime. "Kamala importou criminosos de prisões, asilos e instituições mentais de todo o mundo," afirmou, sem apresentar provas para sustentar essas declarações.

Trump também prometeu que, se reeleito, implantaria o que descreveu como o "maior programa de deportação da história americana". De forma controversa, sugeriu o uso das Leis de Alienação e Sedição de 1798 — um conjunto de leis historicamente criticadas como inconstitucionais e autoritárias — para acelerar a deportação de imigrantes indocumentados.

Alguns observadores criticaram as declarações de Trump como inflamadas, comparando-as a táticas usadas por líderes autoritários. Do lado de fora do Madison Square Garden, manifestantes erguiam cartazes com frases como “Hitler também foi eleito” e “Prendam-no”. Uma das manifestantes, Joanne, de 60 anos e com formação em história americana, argumentou que a retórica de Trump se assemelha a táticas de propaganda usadas na Alemanha nazista. Outros manifestantes expressaram preocupação com a influência de Trump sobre os jovens que compareceram ao comício.

Além disso, o Comitê Nacional Democrata (DNC) projetou mensagens na fachada do local, com frases como “Trump Elogiou Hitler” e “Trump = Descontrolado”, como uma declaração de repúdio à retórica agressiva do ex-presidente. O presidente do DNC, Jaime Harrison, criticou as ações de Trump, alegando que elas demonstram sua incapacidade de liderar de forma segura.

Trump também criticou o uso de fundos da FEMA pelo governo Biden, alegando que foram desviados para ajudar imigrantes indocumentados, em vez de fornecer socorro em desastres naturais. No entanto, o Washington Post esclareceu que os recursos mencionados por Trump provinham de um programa separado de abrigo e serviços para migrantes, e não do Fundo de Socorro a Desastres da FEMA.

Com a aproximação do Dia da Eleição, o comício de Trump destaca as tensões políticas intensificadas no país, com muitos expressando preocupações sobre as afirmações divisivas e muitas vezes infundadas que circulam no discurso político.

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