Publicado em 2/11/2024 as 2:00pm
Deputada Ayanna Pressley condena morte de mulher no Texas após negação de atendimento em caso de aborto espontâneo
Da redação A deputada Ayanna Pressley (MA-07), presidente da Força-Tarefa de Direitos e...
Da redação
A deputada Ayanna Pressley (MA-07), presidente da Força-Tarefa de Direitos e Acesso ao Aborto do Pro-Choice Caucus, criticou duramente as restrições ao aborto após a morte de Josseli Barnica, uma mulher que faleceu em 3 de setembro de 2021, no Texas, depois de ser negado atendimento médico de emergência enquanto passava por um aborto espontâneo.
Barnica foi internada em um hospital no Texas com complicações de um aborto espontâneo, mas os médicos, diante de rígidas leis estaduais, não realizaram os procedimentos necessários para evitar infecção. A situação se agravou, levando Barnica a desenvolver uma infecção letal. “Ela deveria estar viva hoje”, disse Pressley, que afirmou que as restrições ao aborto, promovidas pelo governador Greg Abbott e outros legisladores, colocam em risco a vida de mulheres como Barnica.
Um Caso Representativo dos Riscos Impostos pelas Restrições ao Aborto
Durante uma recente audiência do Comitê de Orientação e Política Democrata na Câmara, Pressley destacou o impacto mortal de proibições ao aborto em todo o país, usando os casos de Barnica e de Amber Nicole Thurman, falecida em circunstâncias semelhantes na Geórgia, como exemplos de como a falta de acesso ao atendimento necessário pode ser fatal. Ela criticou o hospital onde Barnica foi atendida por não adotar um padrão claro de cuidado para abortos espontâneos, prática que considera “uma necessidade básica de saúde” e que poderia ter evitado sua morte.
Segundo Pressley, “nenhuma mulher deveria morrer devido à negação de cuidados médicos fundamentais. A morte de Josseli Barnica foi resultado direto das políticas restritivas de acesso ao aborto, que não apenas impedem o atendimento, mas intimidam médicos e hospitais.”
Um Histórico de Defesa dos Direitos Reprodutivos
Em sua trajetória no Congresso, a deputada Pressley tem sido uma forte defensora dos direitos reprodutivos, propondo legislações como o Abortion Justice Act, que busca expandir o acesso ao aborto sem estigmas e barreiras, independentemente da condição financeira, status migratório ou localização da mulher. Entre outras medidas, ela co-patrocinou o Women’s Health Protection Act (WHPA), uma legislação federal voltada a garantir o acesso igualitário ao aborto em todo o território americano, e o EACH Act, que visa revogar a Emenda Hyde, assegurando cobertura de aborto para todas as mulheres, independentemente de seu seguro de saúde.
Pressley foi uma das principais vozes a favor do direito ao aborto no contexto do julgamento Dobbs v. Jackson Women’s Health, que levou à reversão do precedente Roe v. Wade. Além de condenar a decisão da Suprema Corte, a deputada argumentou que o direito ao aborto é essencial para a saúde pública e que a ausência desse acesso prejudica desproporcionalmente minorias e pessoas de baixa renda.
Outras Ações e Posicionamentos
A deputada Ayanna Pressley segue em sua luta para que o Congresso e a Suprema Corte mantenham o acesso seguro ao aborto em todos os estados, defendendo a regulamentação federal que proteja os direitos reprodutivos. Ela também é coautora de projetos que visam assegurar que medicamentos abortivos, como o mifepristone, sejam acessíveis sem restrições excessivas, combatendo iniciativas que tentam limitá-los.
A atuação de Pressley se estende a medidas de apoio às populações mais vulneráveis, incluindo as comunidades negras e de baixa renda, e à defesa dos profissionais de saúde que prestam serviços de aborto, a quem ela considera essenciais para o direito reprodutivo das mulheres. Em suas palavras, “o acesso ao aborto é um direito de saúde que deve estar disponível para todas as mulheres. A justiça reprodutiva é uma questão de vida ou morte”.