Publicado em 9/11/2024 as 8:00am
EUA enfrentam onda de mensagens racistas em defesa da escravidão, FBI investiga
Da redação Nos últimos dias, os Estados Unidos registraram uma série de mensagens de texto...
Da redação
Nos últimos dias, os Estados Unidos registraram uma série de mensagens de texto racistas e de apologia à escravidão, enviadas a cidadãos negros em pelo menos 21 estados. O conteúdo ofensivo sugere que negros deveriam ser escravizados, com algumas mensagens instruindo os destinatários a se apresentarem em plantações para colher algodão, um símbolo dos tempos de escravidão americana. Estudantes de ensino médio e universitários estão entre as vítimas.
A Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP) denunciou o teor perturbador das mensagens, algumas das quais incluem referências ao próximo governo presidido por Donald Trump. A organização expressou indignação com o aumento de retórica racista, afirmando que "ações como essa não podem ser normalizadas."
Tasha Dunham, moradora da Califórnia, relatou que sua filha, de 16 anos, foi uma das alvos das mensagens. “Foi muito perturbador. Todo mundo está tentando entender o que isso significa,” disse Dunham à Associated Press. Na mensagem, sua filha era chamada pelo nome e orientada a comparecer a uma "plantação" na Carolina do Norte, cujo endereço correspondia a um museu.
O FBI confirmou que está ciente do caso e colabora com o Departamento de Justiça e a Comissão Federal de Comunicações (FCC) para investigar o incidente. A FCC também anunciou estar monitorando o caso para rastrear os responsáveis. A empresa de mensagens TextNow, identificada como intermediária na origem de algumas mensagens, declarou que bloqueou contas ofensivas e está cooperando nas investigações.
Em meio ao cenário, membros da comunidade negra expressaram receio de retrocessos nos direitos civis com a posse de Donald Trump, após uma campanha marcada por promessas de eliminar programas de diversidade e inclusão. O clima de tensão tem sido agravado pelo aumento da violência política, o mais alto desde a década de 1970. A vice-presidente Kamala Harris, a primeira mulher negra a liderar uma chapa majoritária, também foi alvo de ataques durante a campanha.
Em resposta aos recentes incidentes, Robyn Patterson, porta-voz da Casa Branca, condenou as mensagens de ódio, enfatizando que "o racismo não tem lugar em nosso país."