Publicado em 7/12/2024 as 9:30am
Universidades de Connecticut orientam estudantes internacionais a retornarem antes da posse de Trump
Fonte: Da redação
As universidades de Connecticut estão orientando seus estudantes internacionais a retornarem aos seus campi antes da posse de Donald Trump, marcada para 20 de janeiro de 2025, devido a preocupações com possíveis mudanças nas políticas de imigração sob a nova administração.
A Universidade Quinnipiac enviou um aviso na segunda-feira aos estudantes com vistos F-1 e J-1, recomendando que planejem suas viagens com cuidado para evitar possíveis interrupções. O comunicado destacou que a transição para a nova administração poderia levar à implementação de novas ordens executivas que impactariam o processamento de vistos e a mobilidade internacional. Além disso, a universidade ressaltou que mudanças nas equipes de trabalho nas embaixadas e consulados dos Estados Unidos, comuns durante a transição presidencial, podem causar atrasos nos processos de visto.
"Esta orientação visa ajudar nossa comunidade internacional a evitar complicações, uma vez que a nova administração tomará posse no dia 20 de janeiro", afirmou o Escritório de Estudantes e Acadêmicos Internacionais da universidade.
Duas semanas antes, a Universidade Wesleyan já havia emitido um aviso semelhante, recomendando que os estudantes internacionais com planos de viajar durante as férias de inverno mantivessem seus documentos de imigração válidos em mãos e retornassem aos Estados Unidos até o dia 19 de janeiro. Em um e-mail enviado no dia 18 de novembro, o Escritório de Assuntos de Estudantes Internacionais da Wesleyan alertou que, devido às incertezas em torno dos planos de imigração do presidente eleito Donald Trump, a opção mais segura seria permanecer nos EUA após o dia 19 de janeiro para evitar problemas ao retornar.
O primeiro mandato de Trump gerou grande preocupação entre as universidades, após a assinatura de uma ordem executiva em 2017 proibindo a entrada de viajantes de países muçulmanos. Com a preparação para um segundo mandato, o presidente eleito anunciou planos para intensificar as deportações e reinstituir o “Travel Ban”. No entanto, em uma mudança de sua postura anti-imigração, Trump também propôs oferecer green cards automáticos para estudantes internacionais graduados em universidades dos EUA, uma medida que poderia representar um contraponto à sua postura rigorosa.
Em 2024, Connecticut abrigava cerca de 19.990 estudantes internacionais, um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior e mais do que o dobro em comparação com 2012. Esses estudantes são fundamentais para a economia do estado, contribuindo com US$ 777 milhões e apoiando mais de 6.600 empregos, segundo dados da National Association of Foreign Student Advisers.
Embora várias universidades de Connecticut tenham emitido orientações em antecipação a possíveis mudanças na política de imigração, outras ainda estão acompanhando a situação antes de tomar qualquer atitude. A Universidade Yale, por exemplo, não emitiu orientações específicas para seus estudantes internacionais, mas afirmou que está monitorando de perto o cenário.
“Não esperamos mudanças nas regras de viagem nas próximas semanas”, disse Ozan Say, diretor do Escritório de Estudantes e Acadêmicos Internacionais de Yale. Ele enfatizou que o escritório continuará a monitorar a situação e a comunicar qualquer alteração significativa à medida que ela ocorrer.
De forma similar, a Universidade de New Haven, que possui a segunda maior população de estudantes internacionais em Connecticut, está acompanhando atentamente as políticas que possam afetar seus alunos. A universidade se prepara para a chegada de novos estudantes em meados de janeiro e para o retorno dos estudantes regulares no dia 19 de janeiro, antes do início das aulas do semestre de primavera, que começam no dia 21 de janeiro.
A Universidade de Connecticut (UConn) também orientou seus estudantes internacionais a retornarem até o dia 19 de janeiro, embora tenha esclarecido que essa orientação não foi motivada pela posse de Trump. A porta-voz da universidade, Stephanie Reitz, explicou que a recomendação foi dada com base no início do semestre de primavera, e não devido a mudanças políticas iminentes, embora a universidade continue monitorando qualquer alteração que possa afetar sua população internacional.
Enquanto as universidades de Connecticut se preparam para possíveis mudanças nas políticas de imigração, os estudantes internacionais permanecem no centro de um debate nacional sobre o futuro da imigração nos EUA. Com a posse de Trump se aproximando, esses estudantes e as instituições de ensino enfrentarão um cenário de incertezas.