Drones misteriosos causam pânico nos EUA; especialistas analisam possíveis explicações

Da redação

Drones não identificados têm sido avistados em ao menos oito estados dos Estados Unidos nas últimas semanas, sobrevoando bairros residenciais, locais restritos e até infraestrutura crítica, como pontes e bases aéreas. Em um dos casos mais alarmantes, os drones provocaram a interrupção de atividades no aeroporto internacional de Nova York. O fenômeno tem gerado preocupação e alimentado teorias da conspiração.

O FBI e o Departamento de Segurança Interna emitiram uma declaração conjunta informando que, até o momento, “não há evidências de que os avistamentos representem uma ameaça à segurança nacional ou pública”. No entanto, autoridades continuam investigando os casos, alegando que os voos não autorizados estão “indo longe demais”.

O que são os drones misteriosos?

Especialistas sugerem que os drones avistados podem variar de modelos amadores, adquiridos facilmente no comércio digital, a versões profissionais, capazes de monitoramento sofisticado. Danielle Ayres, professora de Política Internacional e Segurança da UFSC, explica que drones menores geralmente têm menos capacidade de ação, enquanto modelos profissionais podem captar imagens em alta resolução e transmitir dados em tempo real.

Apesar disso, há possibilidade de confusões nos avistamentos. Segundo Tom Adams, ex-agente especial do FBI, planetas, aeronaves tripuladas e satélites de órbita baixa são frequentemente confundidos com drones, especialmente à noite.

Outra hipótese levantada foi o uso dos drones por outros países, mas essa possibilidade foi descartada pelo Pentágono. Alcides Peron, professor de Relações Internacionais da FECAP, argumenta que drones militares geralmente são furtivos e raramente avistados pela população. “Se eles são visualizados, sua função estratégica perde valor”, explica.

O que os drones podem estar fazendo?

As funções dos drones misteriosos podem variar desde simples monitoramento até espionagem. Sandro Teixeira Moita, professor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, explica que drones com câmeras de alta resolução podem capturar imagens de áreas estratégicas, como infraestrutura crítica, o que pode levantar questões de segurança nacional.

Por outro lado, Ayres pondera que alguns desses drones podem ser recreativos e usados apenas para causar pânico. “Desde que o caso ganhou repercussão, muitos donos de drones podem estar usando seus equipamentos para provocar medo, sem nenhum objetivo estratégico específico”, afirma.

Como combater os drones não identificados?

Medidas contra os drones incluem o uso de armas antidrones, que emitem pulsos capazes de derrubar ou forçar o pouso das aeronaves. Peron também sugere a instalação de dispositivos que impeçam os drones de atravessar determinadas áreas, direcionando-os para bases ou forçando pousos.

Para solucionar o problema no longo prazo, Ayres defende a criação de marcos legais que regulamentem o uso de drones e punam usos ilegais. Enquanto isso, especialistas destacam que o gerenciamento do tráfego aéreo nos EUA, um dos mais movimentados do mundo, deve ser aprimorado para evitar incidentes.

O caso reforça a necessidade de uma abordagem equilibrada entre vigilância e regulação, considerando tanto os riscos quanto os avanços tecnológicos.