Starbucks expande licença paternidade para baristas nos EUA

A Starbucks anunciou uma expansão significativa de sua política de licença paternidade remunerada para os trabalhadores de suas lojas nos Estados Unidos. A partir de março, pais biológicos terão direito a 18 semanas de afastamento pago integral, enquanto pais não biológicos, como cônjuges, adotantes ou aqueles que utilizam barrigas de aluguel, poderão se afastar por 12 semanas com remuneração completa. Antes, o benefício era limitado a seis semanas.

Essa decisão coloca a Starbucks entre os poucos varejistas a oferecer uma licença paternidade tão abrangente. Segundo dados da JUST Capital, apenas 2% das empresas do setor varejista possuem políticas semelhantes, sendo que a maioria oferece menos de 12 semanas de afastamento remunerado. Para baristas que trabalham em média 20 horas por semana, a nova medida também assegura o benefício, algo raro no setor de serviços nos EUA.

Uma Mudança Estratégica

A ampliação é parte de uma estratégia mais ampla liderada pelo CEO Brian Niccol, que assumiu o cargo no início deste ano. Além de melhorar a experiência do cliente nas lojas e aumentar a eficiência no atendimento, a Starbucks busca elevar a satisfação dos funcionários como forma de impulsionar o desempenho geral da empresa.

“Sabemos que, ao investir nos nossos colaboradores, eles entregam experiências excepcionais aos clientes,” disse Sara Kelly, vice-presidente de recursos humanos da Starbucks.

Nos Estados Unidos, licença paternidade remunerada ainda é uma raridade. Em 2023, apenas 16% dos trabalhadores do setor de serviços tiveram acesso a benefícios dessa natureza, segundo o Bureau of Labor Statistics.

Vitória Sindical

O anúncio também reflete as pressões do Starbucks Workers United, sindicato que representa cerca de 5% dos trabalhadores da rede nos EUA. O grupo vinha reivindicando igualdade nos benefícios entre os funcionários das lojas e os corporativos, que anteriormente tinham acesso a um período de licença paternidade duas vezes maior.

“Por anos, os trabalhadores corporativos tiveram vantagens desproporcionais,” afirmou Michelle Eisen, barista e líder sindical. “Estamos orgulhosos dessa conquista, que beneficia todos os baristas.”

Desafios e Benefícios

Embora a expansão da licença paternidade seja um passo importante, a empresa enfrenta desafios financeiros. Após três trimestres consecutivos de queda nas vendas, a Starbucks anunciou que os aumentos salariais previstos para o próximo ano serão menores do que em 2023. Além disso, os funcionários corporativos receberão apenas 60% dos bônus anuais, refletindo o desempenho financeiro abaixo do esperado.

Ainda assim, a ampliação da licença paternidade posiciona a Starbucks como uma líder em benefícios trabalhistas no setor de serviços, diferenciando-se em um mercado altamente competitivo e com alta rotatividade. A medida também reforça o compromisso da empresa em promover o bem-estar de seus colaboradores, contribuindo para a construção de um ambiente de trabalho mais inclusivo e igualitário.