Publicado em 20/12/2024 as 2:30pm
PF investiga falsa agência de modelos que traficava mulheres para os Estados Unidos e outros países
Fonte: Da redação
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (18) uma operação contra o tráfico internacional de mulheres, cumprindo quatro mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. O esquema foi descoberto após a denúncia da mãe de uma vítima em São José dos Campos (SP).
As vítimas eram aliciadas por uma falsa agência de modelos no Rio de Janeiro, que prometia vagas de trabalho no exterior. No entanto, ao aceitarem as propostas, elas eram traficadas e submetidas à exploração sexual. Segundo a PF, os passaportes eram confiscados, e as mulheres eram enviadas primeiramente para Dubai. Após uma seleção, seguiam para os Estados Unidos, Arábia Saudita, países da Ásia e Europa, onde permaneciam em condições degradantes por até 180 dias.
Além da exploração, as mulheres enfrentavam controle total. Elas eram obrigadas a postar nas redes sociais uma vida de luxo, ocultando a realidade de abuso, para atrair novas vítimas. Contratos abusivos, com multas milionárias e exigências de exames médicos, desestimulavam desistências.
A investigação identificou pelo menos 10 vítimas, mas estima-se que dezenas de mulheres eram enviadas mensalmente para fora do Brasil. Em um dos casos, uma vítima sofreu ameaças e agressões físicas para entregar os valores obtidos com a exploração sexual. Os pagamentos pelos serviços eram feitos em criptomoedas, dificultando o rastreamento.
Durante a operação, a PF apreendeu passaportes, bloqueou a emissão de novos documentos de viagem e sequestrou bens dos investigados. Os suspeitos também foram proibidos de se comunicar e de utilizar redes sociais.
A suposta agência, que não possuía registro oficial, já operava no Brasil antes de expandir suas atividades para o exterior. Graças à denúncia de uma mãe, a PF conseguiu interceptar o envio de sua filha para os Estados Unidos, desmantelando parte do esquema. As investigações continuam, e os envolvidos podem responder por tráfico de pessoas, exploração sexual e outros crimes.
