Publicado em 18/01/2025 as 8:00am
Nenhuma criança deve ser impedida de praticar esportes por questões financeiras
Por Hanna Skandera Os esportes juvenis sempre foram uma parte fundamental da experiência...
Por Hanna Skandera
Os esportes juvenis sempre foram uma parte fundamental da experiência americana, moldando a infância de inúmeras crianças. No entanto, nos últimos anos, a participação caiu drasticamente, deixando muitas crianças de fora. É urgente reverter essa tendência, pois o papel dos esportes no desenvolvimento infantil é essencial, não apenas para o crescimento individual, mas também para o bem-estar de nossa nação como um todo.
Os custos crescentes para a participação em esportes tornaram-se uma barreira cada vez maior. Com o aumento do entretenimento digital, muitas crianças estão sendo atraídas para atividades mais sedentárias, o que contribui para a queda na participação em esportes. Essa mudança tem consequências sérias: questões de saúde mental, como ansiedade e depressão, que podem ser aliviadas pela prática de exercícios, estão crescendo entre as crianças.
Os esportes juvenis têm se tornado cada vez mais privatizados, com o modelo "pagar para jogar" agora representando uma indústria de 30 a 40 bilhões de dólares. Nos Estados Unidos, as famílias gastam, em média, quase 900 dólares por ano por criança para participar de esportes organizados. Esse fardo financeiro tem gerado um crescente abismo socioeconômico, com crianças de famílias mais ricas tendo maior acesso às oportunidades esportivas do que seus colegas menos favorecidos. Enquanto dois terços das crianças de famílias mais abastadas praticam esportes, apenas cerca de um terço das crianças de famílias de baixa renda têm a mesma oportunidade.
Os benefícios dos esportes vão além da saúde física. Eles ensinam habilidades essenciais para a vida, como trabalho em equipe, disciplina, perseverança e resiliência. Para crianças de famílias em situações desafiadoras, os esportes oferecem um senso de pertencimento, propósito e uma chance de um futuro mais promissor. A participação em esportes também está associada a melhor desempenho acadêmico e maior autoestima. Na verdade, estudos mostram que 66% dos estudantes que tiram todas as notas A praticam esportes organizados, em comparação com apenas 24% dos estudantes que têm principalmente notas D e F.
Além disso, as crianças que praticam esportes têm maiores chances de viver uma vida mais saudável, com taxas mais baixas de depressão, obesidade e outras condições graves. Se a taxa de participação nos esportes juvenis aumentasse apenas dez pontos percentuais, os Estados Unidos poderiam economizar 57 bilhões de dólares por ano, devido à redução dos custos com saúde e ao aumento da produtividade, segundo um estudo recente.
Investir nos esportes juvenis não é apenas sobre promover uma geração mais saudável—é uma questão de orgulho nacional. Os atletas que representarão os Estados Unidos nas Olimpíadas de Los Angeles de 2028 e nas Olimpíadas de Salt Lake City de 2034 são as crianças de hoje em ligas recreativas e equipes escolares. Sem um sólido pipeline de talento, nossa saúde e nossa capacidade de competir no palco global estarão comprometidas.
Organizações sem fins lucrativos, como o Daniels Fund, têm uma oportunidade única de preencher essa lacuna. Em parceria com o Aspen Institute, lançamos o primeiro Colorado Youth Sports Giving Day, que arrecadou mais de 3,7 milhões de dólares graças ao apoio de filantropos e membros da comunidade. Essa campanha demonstra o compromisso profundo em garantir que todos os filhos tenham acesso aos benefícios dos esportes.
Como sociedade, devemos fazer grandes investimentos para garantir que toda criança, independentemente de seu status socioeconômico, tenha a oportunidade de participar de esportes. Ao fazer isso, criaremos uma geração mais saudável e resiliente e estabeleceremos as bases para um futuro mais forte para nossa nação.
Hanna Skandera é presidente e CEO do Daniels Fund (danielsfund.org) e ex-atleta e treinadora de atletismo. Este artigo foi originalmente publicado no Salon.