Publicado em 18/01/2025 as 3:00pm
Evento discutirá perspectivas econômicas do Brasil para 2025
Da redação O Brasil inicia 2025 sob o peso de uma considerável incerteza econômica. O final...
Da redação
O Brasil inicia 2025 sob o peso de uma considerável incerteza econômica. O final de 2024 foi marcado por uma forte desvalorização cambial, que levou o Banco Central do Brasil a utilizar mais de US$ 30 bilhões de suas reservas — quase 10% do total disponível ao final do ano. Essa medida drástica, com o objetivo de estabilizar a taxa de câmbio, agravou ainda mais as preocupações com a inflação, ampliando a desconfiança dos investidores e gerando dúvidas sobre a trajetória econômica do país.
No centro da atual crise fiscal está a adoção de políticas fiscais insustentáveis. A relação dívida pública/PIB do Brasil disparou para 78%, um aumento alarmante de 4,4 pontos percentuais em apenas 12 meses. Para efeito de comparação, essa relação era de 52% em 2013. O déficit fiscal de 2024 atingiu 7,8% do PIB, e as projeções indicam que pode chegar a 8,6% em 2025 — o maior entre os mercados emergentes, perdendo apenas para a Bolívia. Esses déficits crescentes são resultado direto da falta de disciplina fiscal ao longo dos anos e da paralisia política.
A erosão do quadro fiscal brasileiro teve início com a recessão de 2014-16 e continuou nos anos seguintes, mesmo com tentativas de reforma. Embora as causas do problema sejam bem compreendidas, a falta de consenso político tem impedido a implementação de soluções legislativas necessárias. A atual administração, que enfrenta um eleitorado profundamente polarizado, não tem conseguido avançar com as reformas fiscais essenciais. Uma decisão controversa do Congresso, logo após as eleições de 2022, de aprovar um pacote de estímulos fiscais, gerou um crescimento econômico temporário, mas contribuiu para agravar problemas estruturais de longo prazo.
Em 2023-24, o Brasil experimentou um crescimento expressivo, com uma expansão do PIB de 3,5% e a criação de 3,6 milhões de empregos formais, levando a taxa de desemprego a patamares historicamente baixos. Contudo, as consequências dessas políticas começam a ser sentidas. A expectativa é de que o crescimento desacelere dramaticamente em 2025, com previsões indicando uma redução do ritmo de 3,5% para apenas 2%. Alguns analistas chegam a prever taxas negativas de crescimento trimestral na segunda metade do ano, o que deve intensificar a pressão política à medida que o país se aproxima das eleições de 2026.
Diante desse cenário, especialistas estão atentos às perspectivas econômicas e políticas do Brasil. Para discutir as questões em jogo, será realizado um evento especial, “Perspectivas Econômicas e Políticas do Brasil”, no dia 30 de janeiro de 2025, das 8h30 às 10h30 (horário de Brasília). O painel será moderado por Paulo Vieira da Cunha, sócio da VERBANK Consulting LLC e ex-vice-presidente do Banco Central do Brasil, e Drausio Giacomeli, diretor-gerente do Deutsche Bank Securities, e contará com uma análise aprofundada das tendências econômicas e dos desenvolvimentos estruturais que moldarão o futuro do país.
O evento contará com a participação de renomados economistas e analistas, incluindo Daniel Cunha, chefe de Estratégia Macroeconômica e Vendas da BGC Liquidez; Thiago de Aragão, CEO da ARKO International Affairs; Fernando Honorato Barbosa, economista-chefe do Bradesco; Roberto Secemski, economista-chefe do Brasil no Barclays; e Shelly Shetty, diretora-gerente da Fitch Ratings. Juntos, eles fornecerão uma visão detalhada sobre o futuro econômico do Brasil, discutindo como os desafios fiscais, as pressões inflacionárias e a paralisia política devem moldar a economia brasileira nos próximos meses.
À medida que o Brasil enfrenta esse momento de turbulência, entender a complexa interação entre políticas econômicas e realidades políticas será fundamental para prever os caminhos que o país tomará no futuro próximo.
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