Publicado em 11/02/2025 as 12:00pm
Oregon e 21 outros estados processam o Governo Trump por cortes no financiamento de pesquisa médica
Da redação Oregon, juntamente com 21 outros estados, entrou com uma ação judicial contra a...
Da redação
Oregon, juntamente com 21 outros estados, entrou com uma ação judicial contra a administração Trump, contestando um novo limite de 15% para o financiamento de custos indiretos de pesquisa, argumentando que isso resultará em cortes de bilhões de dólares em pesquisas médicas essenciais. O limite, anunciado no dia 7 de fevereiro pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) e pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), restringe a quantidade de recursos que pode ser destinada aos “custos indiretos” de pesquisa, como espaço de laboratório, pessoal, equipamentos e utilidades.
A ação foi movida após o anúncio das restrições de financiamento, com o procurador-geral de Oregon, Dan Rayfield, acusando o governo de prejudicar o trabalho científico vital. "O desprezo do presidente Trump pela ciência já é bem conhecido, mas esses cortes representam a culminação perigosa de anos desvalorizando a confiança na expertise pública de saúde", afirmou Rayfield. "Está claro que esta administração não se importa com o bem-estar dos americanos, especialmente daqueles que dependem dessa pesquisa para melhorar sua qualidade de vida e proteger sua saúde."
A Universidade de Oregon da Saúde e Ciência (OHSU), a Universidade de Oregon e a Universidade Estadual de Oregon receberam significativos financiamentos do NIH nos últimos anos, somando mais de 400 milhões de dólares em subsídios para pesquisa. De acordo com a ação judicial, esses cortes podem impactar severamente a capacidade dessas instituições de continuar com pesquisas essenciais, especialmente nas áreas médicas.
O limite faz parte dos esforços mais amplos da administração Trump para reduzir os gastos federais, incluindo iniciativas como o Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Elon Musk, que busca cortar trilhões de dólares em despesas do governo. Na semana passada, um juiz federal bloqueou temporariamente o departamento de acessar os sistemas de processamento de pagamentos do governo em resposta a processos de Oregon e outros estados.
O NIH afirmou que 15% de seu orçamento de pesquisa, cerca de 9 bilhões de dólares dos 35 bilhões concedidos no ano passado, são usados para custos administrativos. A nova política visa economizar 4 bilhões de dólares anualmente, mas críticos argumentam que essas economias prejudicarão pesquisas vitais. De acordo com a ação judicial, as restrições afetarão desproporcionalmente as pesquisas médicas, que dependem de custos indiretos para manter laboratórios, equipamentos e equipes de pesquisa.
Em resposta à ação judicial, um juiz federal emitiu uma ordem de restrição temporária, que impede os cortes de financiamento nos estados que entraram com o processo, exigindo relatórios para garantir que as bolsas completas estão sendo distribuídas. Uma audiência está marcada para o dia 21 de fevereiro.
A OHSU, que recebeu 277 milhões de dólares em financiamento do NIH no ano passado, enfatizou que esses cortes ameaçam pesquisas que beneficiam não apenas os moradores de Oregon, mas toda a comunidade global. A Universidade de Oregon e a Universidade Estadual de Oregon também expressaram preocupações, com representantes alertando que qualquer redução no financiamento pode prejudicar avanços científicos essenciais.
Anshuman “AR” Razdan, vice-presidente de Pesquisa e Inovação da Universidade de Oregon, destacou a importância da pesquisa universitária para a sociedade. "O fato é que a pesquisa universitária é absolutamente crítica para a nossa sociedade e para a economia — não para um único grupo, mas para todos", afirmou Razdan.
À medida que o caso avança, os resultados podem ter implicações significativas para o futuro do financiamento de pesquisas médicas e científicas, tanto em Oregon quanto em todo o país.