Publicado em 11/02/2025 as 10:00am
Trabalhador de fazenda leiteira no Nevada é infectado por nova cepa de Gripe Aviária, confirma CDC
Da redação Um trabalhador de uma fazenda leiteira no Nevada foi infectado por uma nova cepa...
Da redação
Um trabalhador de uma fazenda leiteira no Nevada foi infectado por uma nova cepa da gripe aviária, confirmou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês) nesta segunda-feira, dia 10. A variante, chamada D1.1, já circulava entre aves selvagens, mas foi detectada pela primeira vez em vacas leiteiras no mês passado, também no Nevada, por meio do National Milk Testing Strategy, programa que monitora a presença do vírus no leite de vacas.
A cepa D1.1 é diferente da B3.13, responsável pela maioria das infecções humanas nos EUA até agora. No entanto, a nova variante apresenta uma mutação que pode facilitar sua disseminação em mamíferos, o que preocupa especialistas em saúde pública. “Isso é algo muito sério”, afirmou Michael Osterholm, diretor do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota. “É mais um indicativo de que o vírus continua a mudar.”
O caso marca a segunda vez que uma cepa da gripe aviária “transborda” de aves para vacas, levantando questões sobre o potencial de o vírus se tornar endêmico nos Estados Unidos. Andrea Garcia, vice-presidente de ciência, medicina e saúde pública da Associação Médica Americana, destacou em um vídeo divulgado na segunda-feira que ainda não se sabe há quanto tempo a D1.1 circula entre vacas leiteiras ou quais são suas implicações. “Alguns especialistas temem que isso possa marcar um novo capítulo no surto”, disse Garcia.
Impacto na Pecuária e na Saúde Humana
A gripe aviária não tem sido letal para vacas leiteiras, de acordo com a Associação Médica Veterinária Americana. No entanto, o vírus já causou estragos em granjas de aves, levando ao abate de milhões de galinhas e contribuindo para o aumento dos preços e a escassez de ovos no mercado. No caso do trabalhador infectado no Nevada, o único sintoma foi conjuntivite, e o indivíduo já se recuperou. Nenhum dos contatos próximos da pessoa apresentou sintomas, segundo o Distrito de Saúde do Centro de Nevada.
Apesar da maioria dos casos humanos de gripe aviária terem sido leves, uma morte foi registrada no mês passado na Louisiana. A vítima, uma pessoa com mais de 65 anos e problemas de saúde pré-existentes, contraiu a cepa D1.1 após contato com aves domésticas e selvagens. O CDC estima que a D1.1 foi responsável por 15 dos 68 casos humanos de gripe aviária registrados no ano passado, com ocorrências também em Iowa, Oregon, Washington e Wisconsin.
Preparação para uma Possível Pandemia
Embora o risco para o público em geral ainda seja considerado baixo e não haja evidências de transmissão entre humanos, especialistas alertam para a necessidade de preparação. “Teremos outra pandemia de influenza, e quando isso acontecer, não devemos nos surpreender”, disse Osterholm. “A questão é se será causada pelo H5 [vírus da gripe aviária] ou não. Isso ainda não sabemos.”
No mês passado, o CDC recomendou que os hospitais intensificassem os testes para gripe aviária em pacientes internados, idealmente dentro de 24 horas após a admissão. A medida visa a detecção precoce de possíveis surtos e a contenção rápida do vírus.
Enquanto isso, autoridades de saúde continuam monitorando de perto a evolução da situação, especialmente diante da possibilidade de a gripe aviária se estabelecer de forma permanente no país. “Estamos acompanhando isso muito de perto”, reforçou Garcia.