Publicado em 18/03/2025 as 9:00am
EUA intensificam ataques aéreos contra Houthis no Iêmen em meio a escalada de tensões no Oriente Médio
Da redação Os Estados Unidos realizaram novos ataques aéreos no Iêmen nesta segunda-feira...
Da redação
Os Estados Unidos realizaram novos ataques aéreos no Iêmen nesta segunda-feira (17), segundo informações da TV Al Masirah, emissora controlada pelo movimento Houthi. A ação marca uma expansão da maior operação militar americana na região desde que o presidente Joe Biden assumiu o cargo, em resposta às ameaças dos Houthis ao transporte marítimo internacional.
Os ataques desta segunda-feira atingiram a cidade portuária de Hodeidah, no Mar Vermelho, e a província de Al Jawf, ao norte da capital Sanaa. De acordo com Anees Alsbahi, porta-voz do Ministério da Saúde administrado pelos Houthis, pelo menos 53 pessoas morreram nos bombardeios, incluindo cinco crianças e duas mulheres. Outras 98 ficaram feridas, segundo informações divulgadas por Alsbahi na rede social X (antigo Twitter).
Os Houthis, grupo armado alinhado ao Irã que controla grande parte do Iêmen há quase uma década, têm sido responsáveis por uma série de ataques a navios comerciais no Mar Vermelho desde novembro de 2023. Esses ataques têm perturbado rotas comerciais globais, levando os EUA a intensificar sua campanha militar na região.
A operação americana, que inclui a interceptação de mísseis e drones, tem pressionado os estoques de defesa aérea dos EUA. Autoridades norte-americanas afirmaram à Reuters que os ataques podem continuar por semanas, enquanto Washington aumenta as sanções contra o Irã em um esforço para forçar o país a retomar as negociações sobre seu programa nuclear.
Em resposta aos ataques, o líder Houthi, Abdul Malik al-Houthi, declarou no domingo (16) que os militantes continuarão a mirar navios americanos no Mar Vermelho enquanto os EUA mantiverem sua ofensiva no Iêmen. “Se eles continuarem com a agressão, nós continuaremos a escalada”, afirmou em discurso televisionado.
O bureau político dos Houthis classificou os ataques dos EUA como um “crime de guerra”, enquanto Moscou pediu que Washington interrompa as operações. Além disso, o porta-voz militar do grupo afirmou, sem apresentar providências, que um segundo ataque foi lançado contra o porta-aviões USS Harry S. Truman no Mar Vermelho.
A escalada ocorre em um contexto de crescente tensão no Oriente Médio. Desde o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, o governo israelense tem enfraquecido aliados do Irã na região, incluindo o Hezbollah no Líbano e o próprio Hamas. A queda de Bashar al-Assad na Síria, em dezembro, também representou um revés para a influência iraniana. No entanto, os Houthis, conhecidos por sua resistência em meio a anos de bombardeios liderados pela Arábia Saudita, continuam a desafiar as forças internacionais, mantendo-se como um dos principais atores pró-Irã na região.
Enquanto os EUA buscam conter a ameaça dos Houthis ao comércio global e à estabilidade regional, a situação no Iêmen permanece crítica, com civis pagando o preço mais alto em meio a uma guerra que parece longe de terminar.