Administração Trump corta US$ 106 milhões da educação de Massachusetts

Da redação

A administração do ex-presidente Donald Trump tomou a decisão de encerrar abruptamente um financiamento federal de US$ 106 milhões destinado à educação básica (K-12) em Massachusetts. A medida, que afeta diretamente programas de apoio à saúde mental, reforço escolar e melhoria da infraestrutura das escolas, foi anunciada na última sexta-feira (29) pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos.

A decisão também impacta outros 40 estados, totalizando mais de US$ 2 bilhões em cortes. A administração Trump havia previamente garantido que os estados poderiam utilizar os recursos até março de 2026, mas reverteu essa decisão sem aviso prévio, efetivando o corte três minutos antes de notificá-los.

A governadora de Massachusetts, Maura Healey, criticou duramente a ação.

“Em um momento em que os estudantes ainda lutam para recuperar o aprendizado perdido durante a pandemia, precisamos fazer tudo ao nosso alcance para apoiá-los. Em vez disso, o ex-presidente Trump retirou mais de US$ 100 milhões que deveriam beneficiar diretamente os alunos e as escolas de Massachusetts”, afirmou Healey.

A verba estava sendo utilizada para reforço escolar em matemática e ciências, suporte à saúde mental de estudantes e melhorias estruturais em 20 distritos escolares do estado. Entre os projetos afetados estão a instalação de sistemas HVAC para melhora da qualidade do ar, a construção de espaços de aprendizado ao ar livre e a aquisição de tecnologias de segurança, como câmeras e alarmes de porta.

A vice-governadora Kim Driscoll destacou que o estado não tem condições de substituir os recursos perdidos.

“Massachusetts não possui os meios para substituir esse financiamento, e essa decisão coloca em risco o futuro de nossos estudantes e escolas”, disse Driscoll.

A medida também impacta programas de formação de professores, como os Centros Regionais de Licenciamento, que auxiliam docentes em processos de certificação.

Impacto nos distritos escolares

Os distritos mais afetados incluem Springfield (US$ 47,3 milhões), New Bedford (US$ 15,6 milhões), Fitchburg (US$ 6,5 milhões), Everett (US$ 4,8 milhões) e Revere (US$ 4,6 milhões). A cidade de Boston perderá cerca de US$ 3,4 milhões em recursos já comprometidos.

Escolas privadas também serão afetadas, incluindo a Mater Dolorosa Catholic School, em Holyoke, e a Saint Stanislaus School, em Chicopee, que perderão, respectivamente, US$ 118 mil e US$ 172 mil.

Líderes educacionais de Massachusetts condenaram a decisão. O presidente da Associação de Professores de Massachusetts, Max Page, afirmou que “essa é mais uma tentativa cruel de causar caos e destruição no sistema educacional”.

A presidente da Federação Americana de Professores de Massachusetts, Jessica Tang, criticou o impacto do corte nos alunos mais vulneráveis.

“Esses cortes prejudicarão diretamente os estudantes com deficiência, os de baixa renda e os que frequentam distritos escolares em áreas de risco”, afirmou Tang.

A administração Healey-Driscoll está avaliando medidas legais para reverter a decisão, mas a incerteza permanece sobre o impacto imediato da perda de financiamento nos projetos já em andamento nas escolas de Massachusetts.